Os Passos de Anchieta – Nas Escolas

O projeto tem como objetivo geral, levar para o ambiente escolar a experiência da grande caminhada coletiva anual focada na compreensão sócio-histórica, na valorização, preservação e no reconhecimento dos patrimônios culturais materiais e imateriais registrados em nível estadual, presentes na trajetória constituída pelo Padre José de Anchieta no estado do Espírito Santo (entre a Vila que residia, no Sul capixaba e o Colégio de São Tiago, atual Palácio do Governo estadual).

Deste modo, fomentar a educação patrimonial com a realização de 02 (dois) seminários gratuitos e acessíveis em escola pública no município de Vila Velha, baseado nas referências culturais, turísticas, religiosas, garantindo o comprometimento com a coletividade e principalmente, pelo fortalecimento do diálogo entre comunidade e escola, firmando parceria que contribua com o desenvolvimento cultural local e regional.

Através de uma linguagem simples e atrativa, o projeto pretende alcançar crianças, adolescentes, jovens, professores e toda comunidade escolar a conhecer os bens culturais materiais e imateriais presentes no estado, que estão nas ruas, em nossas casas, em nossas danças e músicas, nas artes, nos museus, escolas, igrejas e praças, nos modos de fazer, criar e trabalhar. Por isso, a proposta irá complementar o currículo escolar, no sentido de trazer informações e atividades que estimulem a vontade de observar, identificar e pesquisar os múltiplos sentidos que constituem nossa cultura e o patrimônio cultural capixaba.
Os seminários serão organizados de forma dinâmica e criativa e mediados por palestrantes com a devida formação acadêmica e com propriedade sobre a história dos Passos de Anchieta.

Previsto para serem realizados com duração de aproximadamente 02 (duas) horas, os seminários contam com exibição de documentário próprio, imagens, depoimentos e apresentações artísticas como a Banda de Congo Adulta e Mirim “Tambor Jacaranema”, o grupo Teatro da Barra/ES e a presença do Mestre Vitalino mostrando o passo a passo da construção de um dos principais instrumentos musicais do Congo no estado, a casaca.

Por fim, o seminário expõe o conteúdo do projeto Passos de Anchieta, descreve a abrangência do projeto nos municípios, no estado do Espírito Santo, apresenta e reforça a importância das atividades do projeto principalmente nas áreas culturais e ecológicas, além do fator histórico e parte da trajetória de vida de São José de Anchieta, contribuindo para a efetivação da educação patrimonial na escola como tema transversal, integrando-se ao conteúdo das diversas áreas de conhecimento com o propósito de sensibilizar alunos do ensino básico para conhecer, valorizar e proteger o patrimônio cultural.

Em seus vinte e três anos de existência, a grande caminhada de nome “Os passos de Anchieta”, têm atraído andarilhos de várias regiões do Brasil em busca de uma experiência que combina encantos como o conhecimento de sítios históricos, com paisagens que se oferecem ao andarilho numa sequência de belos quadros da natureza de uma região que é um marco geográfico da costa brasileira, onde as culturas do norte e do sul do país se encontram. Além disso, o que se sobressai acima da gratificação cultural ou do fervor religioso ou da fruição de cenários atraentes é uma singular experiência de introspecção que na prática constitui a alma de todos os caminhos místicos. A reflexão inevitável que uma longa caminhada proporciona enseja insights marcantes. Não por acaso a caminhada é uma adequada metáfora do viver.

A força da personalidade do Padre Anchieta, que seguramente foi um dos maiores nomes do Brasil no primeiro século deste país e o interesse em conhecer um de seus cenários prediletos tem atraído um público especial de várias partes do país, nos últimos anos. Seguramente a rota dos Passos de Anchieta é uma das primeiras das Américas e a primeira do Brasil. Em sua extensão original poderia ser considerada das maiores do mundo visto que se estenderia de São Paulo de Piratininga ao Recife, terreno percorrido pelos eméritos andarilhos que eram os soldados da Companhia de Jesus. Mais que se inserir na história nacional até o século XVIII quando foram expulsos do Brasil pela Coroa Portuguesa que os tinha como desagregadores da colônia que Portugal entendia ter o direito à pilhagem. Eles fizeram a história do Brasil até essa época. Não haveria uma história do Brasil nos seus três primeiros séculos sem a presença desses arautos da contrarreforma que sacudia a Europa desde o século XVI. Contudo, o ano de 2020 marcou significativamente a história desta caminhada que pela primeira vez desde o ano de sua criação, não pode ocorrer nos moldes tradicionalmente conhecidos devido a pandemia do COVID – 19.

Muitas foram as ideias para reformular seus conceitos e realizar o evento de forma segura garantindo a mesma interatividade e informação, foi então que resolvemos resgatar e fortalecer a parceria com escolas da rede pública e o vínculo com as comunidades locais de uma das regiões menos assistidas do município de Vila Velha, denominada por Região 5 – Barra do Jucu, Normília da Cunha, Residencial Jabaeté, Riviera da Barra, São Conrado, Santa Paula I, Santa Paula II, Terra Vermelha e Ulisses Guimarães.

O projeto é uma ação formativa cultural e patrimonial descentralizadora, atendendo às diretrizes do Plano Estadual de Cultura do ES, em especial ao Capítulo II (Diversidade Artística e Cultural), sobretudo os itens 2.1.5 e 2.1.6, além dos itens 1.2 e 1.2.4, que diz respeito à garantia de descentralização e interiorização das políticas públicas e distribuição regional equilibrada dos recursos da Cultura.

A proposta se faz relevante em vários níveis, visa preencher carências em projetos de cunho educacional e cultural em comunidades mais humildes e em trazer para o ambiente escolar de forma gratuita e acessível o conhecimento sobre importantes conceitos da Educação Patrimonial e a apreciação das diversas atrações artísticas, culturais, turísticas e paisagistas que por muitos não são reconhecidas, através de profissionais com total domínio didático e intelectual. Dessa forma, os seminários pretendem contribuir para facilitar, às respectivas comunidades da região, os meios para o livre acesso às fontes da cultura, aos bens materiais e imateriais que muitas vezes só são mencionados e vistos pela TV ou nos livros didáticos, é preciso ensinar os estudantes o valor de nossa própria história.

Proteger e difundir a produção cultural e artística local por meio da realização de seminários, é o que proporciona a interatividade e o enriquecimento da proposta, por meio da presença de artistas representantes da cultura popular capixaba, além de debater sobre informações importantes relativas à preservação dos bens materiais e imateriais do patrimônio cultural e histórico capixaba garantindo um maior acesso da população aos bens e produtos culturais resultantes.

Portanto, “Os Passos de Anchieta – Nas Escolas” é imprescindível na construção de uma sociedade mais justa e igualitária, que saiba reconhecer o que tem em seu território para aprender a valorizar os bens artístico/culturais e a preservar o meio ambiente que existe nele. Irá auxiliar na formação de alunos e professores sensíveis para apreciar a arte em suas diversas formas de linguagem, através das apresentações envolvidas no produto cultural do projeto, estreitando assim a relação entre escola e saberes da cultura popular. Não obstante, fomentar ações na área da educação patrimonial para o público estimado com base nas riquezas presentes em seu território e na trajetória mística de São José de Anchieta.

ABAPA realiza o projeto “Os Passos de Anchieta – Nas Escolas”, na UMEF Tuffy Nader, na Barra do Jucu

No dia 30/11/22 (quarta-feira), a ABAPA realizou na Escola Tuffy Nader na Barra do Jucu, o projeto “Os Passos de Anchieta – Nas Escolas”. Compareceram cerca de 350 crianças na parte da manhã e na parte da tarde.

Veja abaixo os slides utilizados para apresentar o projeto para as crianças da UMEF Tuffy Nader:

Confira abaixo as fotos do projeto: